VIA SACRA do Arsenal da Esperança: afinal, quem sou eu face a Jesus que sofre?

Publié le 18-04-2014

de ARSENAL DA ESPERANÇA

Em uma noite estrelada, em Jerusalém, duas realidades se enfrentam no Horto das Oliveiras: Jesus – o filho de Deus que se fez homem para manifestar o amor do Pai – e os guardas dos romanos e dos sumos sacerdotes que vieram cumprir uma ordem de prisão. Jesus se entrega: não foge para um lugar desconhecido, não se esconde. Ele vai rezar no lugar de sempre, onde Judas sabe que pode encontrá-lo. Não são os guardas que prendem Jesus, mas é Jesus que se coloca nas mãos deles. Deixemo-nos interpelar pelas perguntas que nos propõe o nosso Papa Francisco: "Eu sou como Judas? Eu sou traidor como ele? Eu sou como aquele que, mesmo tendo caminhado com o Mestre, o coloca nas mãos dos seus executores? Afinal, quem sou eu?"

As ordens que os superiores repassam ao general são claras: Jesus tem que ser preso. Não importa se a presença Dele faz nascer uma nova esperança em Jerusalém. Os poderosos não querem perder o poder, mesmo que isso signifique melhorar a vida do povo. Até os soldados reconhecem a bondade daquele homem: eles também foram curados! Mas ordens são ordens. O Papa Francisco também nos pergunta: “Eu sou como aqueles dirigentes que querem eliminar Jesus? Eu sou aquele que utiliza meios ilícitos para o bem do povo? Eu sou aquele que defende uma doutrina para que a vida não saia? Eu sou como o soldado que insulta e humilha, mesmo sabendo que quem está à frente dele é inocente? Afinal, quem sou eu?”

O anúncio da esperança pode se tornar uma mera ilusão quando escutamos a mensagem da sociedade que tenta nos fazer apenas consumir mais e mais. Nós nos deixamos convencer de que Deus fala somente aos perfeitos, aos fortes, aos ricos, aos bonitos, aos abençoados pelo sucesso. Mas na verdade Ele tem palavras de vida eterna para todos. O Papa Francisco nos pergunta e nos pede para refletir respondendo no nosso coração a estas perguntas: "Eu sou como o povo que aceita aquilo que a sociedade impõe? Eu sou aquele que se deixa manipular? Eu sou aquele que não ouve o que está acontecendo à sua volta, que está sempre pronto a condenar os mais indefesos? Afinal, quem sou eu?"

Frente ao poder de um homem desarmado, os soldados não têm poderes: ficam completamente sem chão. Jesus se entrega nas mãos dos guardas sabendo bem qual é o seu destino: a morte de cruz. Esse é o caminho que escolheu: a guerra e a violência não servem para nada; a vingança planta somente uma nova vingança. O único caminho frente aos poderosos deste mundo é o amor pela verdade e pela honestidade. O Papa Francisco nos pergunta: "Eu sou como Pedro? Eu também estou pronto a resolver os problemas com a violência, com a espada? Sou eu que, mesmo caminhando com Jesus, não entendo que Ele veio reinventar a paz? Afinal, quem sou eu?"

Às vezes, olhando a telinha da televisão, parece que o mundo está divididos entre aqueles que querem o bem do povo e aqueles que querem apenas o bem de si mesmos. Mas não foi Deus que criou essa divisão! Foram os homens que se dividiram e que não encontraram uma maneira de voltar ao Senhor. Que a atitude de Jesus ao se desarmar nos ensine que Ele veio para salvar todos e que também nós temos que nos desarmar, não importa o lado em que estamos. Que, quando Jesus pergunta “A quem procurais?”, possamos todos responder “Procuramos Jesus Cristo, Filho de Deus, nosso senhor e nosso salvador!”; e que, quando Ele nos responder “Sou Eu!”, o nosso coração, em vez de despencar, possa exultar pela felicidade de O termos encontrado. Aceitando-O plenamente na nossa vida, descobriremos definitivamente quem somos todos nós!
(Encenação realizada no âmbito da Via Sacra do Povo da Rua, 10.04.2014 - Centro de São Paulo)

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